Qual é a melhor Arte Marcial?

Em Estética por André M. Coelho

O UFC fica cada vez mais popular. Anderson Silva, Vitor Belfort, Minotauro e cia ganham status de celebridades. Com isso, cresce também o interesse dos fãs em artes marciais, principalmente muay-thai e jiu-jitsu. Mas são essas as únicas opções? Melhor dizendo, serão essas as únicas opções?

Existe um senso comum em tentar comparar artes marciais em questão de melhores e piores. Isso não só é errado como também te deixará iludido com a arte marcial e, provavelmente, decepcionado algum dia. Já ouvi história de mestres de jiu-jitsu perdendo para capoeiristas, assim como também soube dos mesmos capoeiristas perdendo para lutadores de taekwondo. A verdade é que a escolha da arte marcial vai depender estritamente dos seus gostos e da qualidade do mestre que você encontrar.

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Por exemplo, você pode gostar da idéia de imobilizações e finalizações. O jiu-jitsu ou o judô são boas opções para você. O ponto fraco de ambos é o combate a distância e com múltiplos oponentes. Para sanar isso, a maior parte das pessoas que pratica um desses esportes também treina o muay-thai, uma arte que baseia-se muito em chutes e socos de impacto ou o taekwondo, ambos baseados em golpes de impacto e o segundo focando mais no uso de chutes fortes em detrimento a socos. Ambas pecam em técnicas de defesa.

Se você gosta muito de socos, o boxe clássico é uma excelente escolha. Com movimentos rápidos e golpes fortes, tanto sua esquiva quanto velocidade serão muito praticadas. O karate shotokan também tem golpes fortes e secos, como no boxe, mas depende mais de força do que agilidade.

Se sua preferência é por chutes, além do taekwondo você pode buscar o karate kyokushin, uma arte coreana e utilizada por um famoso lutador de MMA, Andy Hug (morto em 2000, devido a leucemia). A capoeira e sua série de movimentos rápidos é outra boa opção. Pratique bastante sua força e agilidade e o maior ponto fraco da arte marcial será solucionado: o próprio chute.

Karate Kyokushun

Andy Hug (1964-2000) aplicando um potente chute do Karate Kyokushun em uma de suas lutas. (Fonte: Susumu Nagao)

Para aqueles que preferem a força bruta, o sambô e o karate goju-ryu são excelentes escolhas. Mas dependem muito do fortalecimento muscular e o uso do seu tamanho como vantagem. Se você não se dedicar corretamente, sua agilidade será seu maior ponto fraco.

O mais comum hoje em dia são artes marciais baseadas na defesa. Krav maga, hapkido, aikido e centenas de variações do kung-fu baseiam-se nesse princípio. A idéia principal é utilizar a força do inimigo contra ele. Mas a não dependência da força bruta para os golpes e movimentos torna-se o maior ponto fraco desses estilos, caso você não seja uma pessoa que goste de trabalhar fortalecimento muscular.

Lógico que ainda existem muitas outras opções. Aqui só trato de algumas delas. Mas algo é mais importante do que sua escolha: o bom senso. Por quê digo isso?

Já vi histórias de senseis e mestres que prometiam ensinar os alunos a se defender em qualquer situação, inclusive contra armas de fogo. Vi alguns afirmarem que os mestres da arte eram capazes de esquivar de tiros. Algumas das afirmações deles são verdades. Pesquise na internet a história dos grandes mestres e você vai descobrir muitos fatos curiosos. Mas os caras viviam disso. E não acho que esse seja seu caso. Mesmo porque, muitas das histórias também são exageradas.

Um bom mestre de artes marciais vai te ensinar a tríade base de qualquer defesa: conversa, fuga e combate. Primeiro você tenta conversar com o agressor e buscar uma solução pacífica. Em segundo lugar, quando a conversa não funciona, você corre ou cede para o agressor, principalmente no caso de ele ter uma arma. Quando você não tem nenhuma outra opção, você entra em combate. Não aquele de filme ou dos treinos, mas combate para inutilizar membros, deixar o adversário inconsciente, quebrar ossos ou até mesmo matar. Esse é o propósito base de uma arte marcial: te oferecer oportunidades de defesa quando não existe nenhuma outra opção disponível.

Bruce Lee no filme Operação Dragão

Bruce Lee (1940-1973): incontestavelmente um dos maiores lutadores de arte marcial do mundo. É conhecido não apenas por ter divulgado o Kung Fu pelo mundo, mas por ter criado seu próprio estilo de Arte Marcial, o Jeet Kune Do.

Enfim, seu caso também pode ser só ser um entusiasta das artes marciais e praticar apenas como um esporte. Estamos já cansados de saber que ser um atleta casual não faz bem, portanto, disciplina é essencial. Esses detalhes do qual falei nesse artigo só buscam expandir um pouco sobre a compreensão do mundo das artes marciais. O mais legal delas, acima de tudo, é te ensinar o respeito ao próximo, independente de força ou habilidade. Não vire um pitboy ou aquele tipo de pessoa que vai para festas procurar confusão. Aperfeiçoe a arte, pesquise, divirta-se. Arte marcial, acima de tudo, é um esporte e sua preocupação maior é a saúde, inclusive mental e social. Quem sbe você não se torna um dia um novo herói do UFC?

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

André é formado em pedagogia empresarial e instrutor de Muay Thai e Kickboxing. Vaidoso, começou a se interessar por moda e estética ainda na adolescência, quando teve que perder peso para sair da obesidade. Quando foi morar sozinho, teve de aprender a lidar melhor com sua alimentação e mudar seus hábitos e rotina. Escreve sobre a rotina e hábitos masculinos desde 2012.

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Um comentário para: “Qual é a melhor Arte Marcial?”

  • Ph

    Bem interessante essa “tríade da defesa”.

    Responder

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