Terapia de casais funciona?
Todos nós já passamos pela experiência horrível de ter uma briga de casal em público ou presenciar essa cena. Isso certamente não é saudável e muito menos pertinente a um casal para ser feito em público. Muitos casos já estão em níveis de problemas sobre humanos, onde a solução parece cada vez mais distante. Para outros, é apenas o começo de muitos problemas.
Casais maduros e em relacionamentos saudáveis conseguem facilmente resolver seus problemas através de diálogos e conversas. Porém, sabemos que este não é o caso de boa parte dos casais. Nestes casos, a terapia surge não apenas como uma válvula de escape, mas também como a solução para os problemas dos casais rumo a um relacionamento mais saudável e estável. Não aprendemos a respeitar as diferenças, mas sim, tentar adaptá-las às nossas necessidades. E isso é muito errado. Nós é que temos que aprender a entender e aceitar algumas delas.
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Quando chegamos no nível de discussões públicas ou mesmo brigas constantes pelos mais diferentes motivos, é hora de sentar para reavaliar o relacionamento. E isso é desafiador, dado que nenhum dos dois lados quer começar cedendo, seja por orgulho ou simples ato de cabeça dura mesmo. Uma alta dose de volatilidade misturada com muita confusão sentimental e mental por parte de ambos. O casal entra em um beco sem saída porque não consegue reconhecer os erros de cada um dos lados ou os erros comuns, buscando uma solução pacífica e que resolva todo o conflito. A solução final normalmente é o término do relacionamento, com cicatrizes de batalha que raramente serão curadas.
Neste contexto, o terapeuta surge não para concordar com tudo que o casal está fazendo ou deixando de fazer, mas para questionar as realidades de cada um e buscar um consenso saudável para que a relação não acabe. Ele se mistura com o ambiente do casal, passando a fazer parte daquele ambiente, discordando e concordando com algumas situações. Ele age e deve se defender como se estivesse no meio de uma zona de guerra.
O divórcio, a separação do casal, o término de um relacionamento. Opções sempre mais fáceis, se comparadas a administração dos egos e do grupo comum aos relacionamentos. Muitos foram os terapeutas que tratavam os casais como uma entidade só. A tendência hoje é tratá-los como dois indivíduos diferentes que compartilham momentos e vivências em um ambiente comum. E é exatamente isso que os casais demoram a entender.
A maior parte dos casais se anula individualmente ao invés de negociar o relacionamento. É necessário lembrar que além do envolvimento emocional com o parceiro ou parceira, existem também amigos, familiares e muitas outras pessoas que já fazem parte da vida de cada um antes do namoro ou casamento começar.
Diz-se que a terapia não é feita para manter o casal junto, nem separá-lo. A função da terapia e do terapeuta é ensinar cada uma das partes a cuidarem de si mesmas para que eles possam cuidar um do outro. O terapeuta deve se esforçar para conquistar a confiança de ambos para que fique cada vez mais fácil a orientação dada. Não há muito tempo para expandir algumas questões de cada atendimento: a dinâmica emocional do casal raramente permitirá isso e, na primeira oportunidade que tiverem, irão começar uma discussão.
Na maior parte das vezes a terapia consiste em uma das partes do casal querendo muar a outra por causa de alguns comportamentos insuportáveis. A maior parte destas reclamações ocorre por uma saturação no relacionamento, isto é, quando um dos lados está sobrecarregando o outro com limitações ou cobranças. Voltamos ao que falamos antes, quando afirmamos que é necessário ter as individualidades respeitadas para que haja um clima saudável na relação e cada um sempre traga bons ares e novidades para casa.
Boa parte dos homens nas terapias tem dificuldade para se expressar. Isso acontece devido ao ambiente em que foram criados, onde expressar insatisfações emocionais é um sinal de fraqueza. É função do terapeuta não deixar que a mulher do casal controle a sessão, ou estaremos apenas ouvindo um dos lados da história. Isso deve ser feito não para dizer que um lado está certo e o outro errado, mas para que haja uma visão geral da relação entre os dois.
Rastrear os problemas de um casal e de cada indivíduo é um processo lento e, grande parte das vezes, doloroso. Cada um dos envolvidos deve ter completo conhecimento dos avanços e do que já foi conquistado durante as terapias. Eles devem saber das variáveis e de todas as decisões que podem tomar junto para que a relação tome melhores rumos. O processo terapêutico destruirá e reconstruirá cada uma das partes envolvidas muitas vezes, deixando ambos vulneráveis. Muita raiva e volatilidade estarão envolvidas. Muitas vezes, as sessões serão utilizadas apenas para lavar a roupa suja ou para discutir coisas que o casal não conseguiu em casa. Esteja ciente de que a mudança e as melhores no relacionamento vão depender mais de você e sua companheira do que qualquer outro envolvido. Entenda o terapeuta como um catalisador necessário para que as reações químicas entre o casal não sejam tão explosivas a ponto de destruir todo o relacionamento. Ele fará com que casa explosão seja controlada na construção de uma vida em casal que seja boa para ambos envolvidos.
Sobre o autor
André é formado em pedagogia empresarial e instrutor de Muay Thai e Kickboxing. Vaidoso, começou a se interessar por moda e estética ainda na adolescência, quando teve que perder peso para sair da obesidade. Quando foi morar sozinho, teve de aprender a lidar melhor com sua alimentação e mudar seus hábitos e rotina. Escreve sobre a rotina e hábitos masculinos desde 2012.
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